Por que jogo capoeira?
Depois de muito tempo, descobri que jogo capoeira para me situar na comunidade dos seres humanos. Participar de um grupo é uma forma de auto-conhecimento, de desenvolvimento e descobrimento da minha personalidade e da dos outros. Penso no grupo de capoeira e na roda de capoeira como ambientes onde eu posso me expressar como eu sou, onde eu posso estar no mundo, interagindo com outras pessoas. Por que é se mostrando que as suas qualidades boas ou más se revelam e é a partir daí que você pode se conhecer e trabalhar com elas.
Esse processo de auto-conhecimento, para mim, tem paralelos com o próprio desenvolvimento técnico do capoeirista. É na roda onde ficam evidentes as limitações e os recursos do jogador, o ponto de partida para o desenvolvimento do futuro de seu jogo. Grandes mestres e estudiosos da brincadeira frisam essa relação da roda de capoeira com a roda da vida, a primeira sendo uma miniatura da segunda. Assim, jogar capoeira não deixa de ser uma forma de buscar aperfeiçoamento pessoal, de aprender a conviver consigo mesmo e com os outros, de aprender a viver.
Esse assunto me leva de volta à pergunta daquele leitor: " Por que a capoeira está se espalhando pelo mundo?". Segundo Nestor Capoeira, o nosso brinquedo tem a ver fundamentalmente com o conhecimento de si e dos outros, com o saber se virar e manter o equilíbrio mental num mundo onde a falsidade esta presente em todos os lados. Está é uma resposta que leva em conta apenas os anseios individuais dos praticantes. Há outras que levam em conta um contexto mais geral e social da expansão da brincadeira.
Por exemplo, para Mathias Assunção os europeus estariam precisando da capoeira porque esta foi um produto da construção de uma identidade por pessoas cujo universo foi desmantelado pela escravidão numa terra desconhecida. Então, africanos de diversas etnias, seus descendentes nascidos no Brasil e, posteriormente, até europeus acabaram tendo que perder suas respectivas identidades e reconstruí-las. A capoeira seria tanto um produto quanto uma representação desse jogo de construção de identidades. Sendo então uma forma privilegiada de intercâmbio entre os diferentes.
Assim, a Europa de hoje estaria passando por uma experiência semelhante àquela pela qual passou (e vem passando?) o Brasil na fase de sua formação: o continente é hoje palco da interação entre diversos povos do mundo. Imigrantes do leste e do oeste, das ex-colônias africanas, asiáticas e americanas e do resto do Terceiro Mundo acabam se encontrando naquele apêndice da Ásia. Os caras precisam, então, aprender a lidar com as diferenças e construir uma base de convivência comum. Daí a sua necessidade de jogar capoeira.
Percebemos então que ambas as respostas, tanto a individualista quanto a social, chegam a um denominador comum: capoeira tem a ver com auto-conhecimento, conhecimento do outro e construção de identidades tanto no plano individual quanto no social.
Esse processo de auto-conhecimento, para mim, tem paralelos com o próprio desenvolvimento técnico do capoeirista. É na roda onde ficam evidentes as limitações e os recursos do jogador, o ponto de partida para o desenvolvimento do futuro de seu jogo. Grandes mestres e estudiosos da brincadeira frisam essa relação da roda de capoeira com a roda da vida, a primeira sendo uma miniatura da segunda. Assim, jogar capoeira não deixa de ser uma forma de buscar aperfeiçoamento pessoal, de aprender a conviver consigo mesmo e com os outros, de aprender a viver.
Esse assunto me leva de volta à pergunta daquele leitor: " Por que a capoeira está se espalhando pelo mundo?". Segundo Nestor Capoeira, o nosso brinquedo tem a ver fundamentalmente com o conhecimento de si e dos outros, com o saber se virar e manter o equilíbrio mental num mundo onde a falsidade esta presente em todos os lados. Está é uma resposta que leva em conta apenas os anseios individuais dos praticantes. Há outras que levam em conta um contexto mais geral e social da expansão da brincadeira.
Por exemplo, para Mathias Assunção os europeus estariam precisando da capoeira porque esta foi um produto da construção de uma identidade por pessoas cujo universo foi desmantelado pela escravidão numa terra desconhecida. Então, africanos de diversas etnias, seus descendentes nascidos no Brasil e, posteriormente, até europeus acabaram tendo que perder suas respectivas identidades e reconstruí-las. A capoeira seria tanto um produto quanto uma representação desse jogo de construção de identidades. Sendo então uma forma privilegiada de intercâmbio entre os diferentes.
Assim, a Europa de hoje estaria passando por uma experiência semelhante àquela pela qual passou (e vem passando?) o Brasil na fase de sua formação: o continente é hoje palco da interação entre diversos povos do mundo. Imigrantes do leste e do oeste, das ex-colônias africanas, asiáticas e americanas e do resto do Terceiro Mundo acabam se encontrando naquele apêndice da Ásia. Os caras precisam, então, aprender a lidar com as diferenças e construir uma base de convivência comum. Daí a sua necessidade de jogar capoeira.
Percebemos então que ambas as respostas, tanto a individualista quanto a social, chegam a um denominador comum: capoeira tem a ver com auto-conhecimento, conhecimento do outro e construção de identidades tanto no plano individual quanto no social.
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